segunda-feira, março 20, 2006

Fernanda Mafra

-Peraí, Mafra, eu vou no banheiro.
Me viro e vou pra direto pro (único) banheiro da festa, vazio porque era bem cedo. Intuitivamente, eu sempre sei onde são os banheiros.
Alguém bate na porta recém-trancada, e é Mafra. Deixo ela entrar, não sei porquê. -Que houve? -Nada. Ela olha pras paredes do cubículo, enquanto lá fora toca "Se ela dança, eu danço" pela segunda vez. (Aposto que até a própria Mafra sabe a letra disso, e que ela não gosta, e que vai esquecer logo. Se, por acaso, Fernanda se flagrar cantarolando a melodia, vai recorrer ao primeiro CD de The Cure pra substituir o repertório cerebral, como que pra se auto-exorcisar.) Nos olhamos no espelho falando algumas amenidades, as duas se achando gordas mesmo tendo emagrecido no pós-férias. Daí Mafra olha pra uma lagartixa branca encima da porta e aponta: -Olha, uma lagartixa. - Hum, não tenho medo, não. Se ela tentou me desencorajar a fazer xixi naquela hora, não conseguiu. Me sinto tentada a deixar mais evidente o meu desejo de ficar sozinha no recinto. Eu não consigo com alguém do lado, não dá.
Saio do banheiro e vejo que ela tá meio que dançando, sem graça, funk com as meninas. Tadinha. Desde então, ela só fala que tá afim de ir pruma rave, de 24 horas seguidas de trance. Não pode ser house, tem que ser trance, e ela vai me explicar a diferença depois.
Mafra é um objeto de estudo.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

quando eu prometo eu faço.

11:17 AM  

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